Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

terça-feira, 31 de agosto de 2010

CAMPO DE TRIGO



CAMPO DE TRIGO

Eu não sou um vento
Não sou um lamento
Que se perdeu entre sombras
Entre espaços esquecidos

Não sou um poema
Que ficou numa página de livro
Sem ser lido

Sou apenas um andarilho
Pedindo carona na vida
Que não viu o sermão na montanha
Para refletir
Para tentar existir

Um andarilho
Que não tem um lugar
Um lugar ao sol
Um canto sereno para ficar

Que não tem
Uma casa com lareira
E seleiro
Não tem um veleiro
Um paraíso para descansar
Enquanto olha o mar

Sou apenas um ponto escondido
No campo de trigo

3 comentários:

  1. Arnoldo,

    ilustração e poema lindíssimos! Seu blog é fascinante e por isso tem um selinho no Sam pra você.

    Beijos com carinho.

    ResponderExcluir