Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

quinta-feira, 30 de junho de 2011

SEIOS DE ROSAS


                                             SEIOS DE ROSAS

Suas doces palavras
Encheram meu sêmen de vida
Sou criança esquecida
Quando estou em seus braços recebendo afago

Sua pele suave desliza em minhas mãos
Como seios de rosas
Que brotam da candura
Saborosa de seu coração

Seus olhos são cores delicadas
São pelos da nudez
Que flagrou a insensatez
Em viver de amar

Seu ventre é meu prazer
Onde me desfaço em pedaços
Onde me entrego
Para viver só de você

ENCONTRO DE POETAS & AFINS EM NOVA IGUAÇU RJ


Encontro de Poeta & Afins com lançamento do Livro "Perímetro Urbano" do poeta Victor Loureiro

domingo, 26 de junho de 2011

DOMINGO DE SOL


Já passavam das onze da manhã
Desligou o som
Saiu no quintal
E respirou ar puro e o lindo sol
De domingo

Saiu para poder almoçar
Entrou no bar
Sentou-se à mesa
E pediu um PF

Feijão, arroz
E frango com batatas
Seria sua única refeição do dia
Sem ninguém
Para lhe acompanhar

quarta-feira, 22 de junho de 2011

NÃO HÁ SALVAÇÃO DEBAIXO DO SINAL FECHADO


                      NÃO HÁ SALVAÇÃO DEBAIXO DO SINAL FECHADO

Ir olhar o corpo do cara
Que está estirado
Debaixo do sinal fechado
Sendo pisoteado pelos transeuntes
Que atravessam a via
Sem prestar atenção
Na viatura do corpo de bombeiros
Que está estacionando
Com a sirene ligada
Para prestar o socorro tardio

sábado, 18 de junho de 2011

ESSE TAL MUNDO CÃO



          Fechou a porta do quarto, nem sabe porque, não havia mais ninguém mesmo, atravessou a sala completamente nu, entrou no banheiro, abriu o chuveiro, saciou seus desejos, tomou um banho demorado, perfumou-se e vestiu-se, foi até a cozinha, tomou um café da noite anterior que estava na garrafa térmica, foi em direção a sala, orou por seu dia e por mais ninguém, que se dane o mundo. “Cada um por si e Deus contra todos ou por todos”, tanto faz, isso não lhe interessava, ajeitou a gravata, abriu a porta da sala, saiu, fechou-a atrás de si, entrou no carro, deu partida e saiu rumo a mais um dia de trabalho. Sua filosofia de vida é assim, fala sempre o que as pessoas querem ouvir, elas ouvem qualquer coisa mesmo, só depende do jeito de falar, paz ou guerra, vida ou morte, bondade ou maldade, amor ou dor, isso não lhe importa, falará e fará o que o dinheiro ou o poder mandar. Venderia sua alma para qualquer um que a quisesse, o que lhe importava era ter vantagem, viver bem, ter tudo e salvar o seu, nesse tal mundo cão.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ARAME FARPADO



                                              ARAME FARPADO

Alguma coisa
Teria mesmo que ter
Acontecido
Não tinha mais como
Ficar ali apenas olhando
Apenas olhando
Olhando
Olhando...
Até que as nuvens
Se dissipassem
Até que os anos
Passassem
Teria mesmo que rasgar os vidros
E ser atingido
Sob o arame farpado

quarta-feira, 8 de junho de 2011

MAÇÃ COBERTA DE MEL



                                         MAÇÃ COBERTA DE MEL 

Estive lá
Entrei pela fresta
Que separa a torre do céu
Eu a vi na cama coberta por um véu
Seus seios pequenos
Arrepiados
Sob o vestido de tecido fino
Cabelos desalinhados
Corpo excitado
Maçã coberta de mel
Que amei a noite inteira
Sem sentir a brisa fria
Que vinha da cordilheira

sábado, 4 de junho de 2011

VENUS



                                                 VENUS

“Censurar ninguém se atreverá, meu canto já nasceu livre” (Sérgio Salles-Oigers)

Dê vida de verdade à sua poesia, leve-a para passear em Centro Culturais, Escolas ou qualquer espaço onde a poesia possa realmente viver e ser livre.(Arnoldo Pimentel)

Poesia na Calçada, projeto Gambiarra Profana
http://gambiarraprofana.blogspot.com 

VENUS
Antor: Arnoldo Pimentel

Algumas camisas estão
Penduradas no cabide
Esperando que o guarda roupa
Seja aberto
Para poder apenas
Por um instante
Ver o mundo lá fora
Sabendo que apenas uma
Será escolhida
Para passear