Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

sábado, 30 de outubro de 2010

FEBRE


FEBRE

Vem da febre
O meu lamento
O meu tormento
Meu sustento

Vem da febre
O suor seco
Que escorre pelo meu corpo
Quase roxo

Vem da febre
Minha cicatriz
O mormaço
Do meu bagaço

Vem da febre feito cicatriz
O lamento do meu corpo
Seco de querer viver
No tormento de não ter porque morrer

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

BEIJA-FLOR (M. deOliveira)


BEIJA-FLOR
Autora: M. deOliveira
Blog: http://meusamigosseusmimosmeusencantos.blogpot.com
Visite o blog da M. deOliveira (Outros Encantos)

Acordei ao romper d’aurora
Alguém me batia à janela
Espreitei p’ra ver quem era
Era o beija-flor que te levara
O mel das flores do meu jardim!
Trazia-me o teu recado
Num envelope azul
Com as nuvens que colheras no
Céu p’ra mim
Então entreguei-lhe um cestinho
Cheio de amor e carinho!
Pedi-lhe que fosse a correr
P’ra que pudesse chegar
Antes do amanhecer.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ENCANTO


ENCANTO

Acabou-se o encanto
A ilusão
A espera
Que nasceu depois do rápido olhar pela manhã

Um olhar de longe
Passaria o dia atravessando a ponte
Para poder abraçar
Para poder beijar
Poder amar

Passaria o dia sonhando com o entardecer
Sonhando ter um pouco de você
No final da ponte, no poente
Simples ilusão de gente como a gente

Chegou o esperado arrebol
Cores sutis colorindo o farol
Com ele a desilusão
Um aperto no coração

Um simples olhar de longe
Do outro lado da ponte
Ela quer apenas seu olhar
Ela vive pra noite
Pra beijar o mar

sábado, 23 de outubro de 2010

FOLHA


FOLHA

Não estou para os dias que vi morrer
Que partiram sem nada dizer
Deixando apenas o cartão postal
Com a figura escondida do sol

Não estou para as lágrimas que vi nascer
Que afligiram os dias de chuva
Sonhando com o amor
Que não vai acontecer

Sou triste sem você
Que nunca disse eu te amo tanto
Que se veste de desencanto

Não lembro o sorriso que partiu
Como a folha que se desprendeu
Como o sonho que apenas morreu

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

POETA SOBRE OS VENTOS (Luciene Lima Prado)


POETA SOBRE OS VENTOS
Autora: Luciene Lima Prado (Blog: HTTP://poemastecidos.blogspot.com
Poema dedicado ao amigo e poeta Arnoldo Pimentel
Fiquei muito feliz e honrado com esse presente da amiga e poetisa Luciene
Visitem o blog da Luciene é muito bom

POETA SOBRE OS VENTOS

Alcanço as canções que voam pelo céu,
Rodeio o silêncio e o transformo em poesia;
Nada impede sua passagem entre a ventania
Ou entre teus olhos que tanto mudam de cor,
Leio na música meu próximo poema,
Devagar, que ainda é cedo
Onde a ventania vai ainda passar.

Parece ventania, mas são apenas meus versos ocultos,
Introvertidos, fazendo rebuliço em meus dedos;
Mostrando-me que não há limite nas palavras,
Enquanto, nos sentimentos, quantos “poréns”!
No navegar da noite ou no ancorar da manhã,
Tenho a poesia ao meu favor e sinto seu frescor;
E se pedem para calar eu grito mais alto em um papel,
Levando minhas palavras em versos eternos

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ESTRADEIROS (Roseli)


ESTRADEIROS
Autora: Roseli (Blog: http://vidaslife-vidaslife.blogspot.com)
Conheçam o blog Vidaslife, é muito bom
Esse poema da minha amiga Roseli lembrou-me liberdade,filmes de estrada, que gosto demais, filmes tipo
"Sem Destino" do Dennis Hopper com Dennis Hopper, Peter Fonda e Jack Nicholson
"Selvagem" do Laslo Benedek com Marlon Brando, Lee Marvin e Mary Murphy
"Thelma & Louise do Ridley Scott com Susan Sarandon, Geena Davis, Harvey Keitel e Brad Pitt

ESTRADEIROS
Viajar por caminhos tranqüilos
Vejo os montes além do horizonte
Sobe e desce de estradas que cortam
Entre curvas os vales passando

Montes verdes caminhos traçados
Rios, flores pra trás vou deixando
Coloridos vales cortando
Maravilhas que eu vejo encantando

Vejo a névoa que corta a montanha
Sinto o frio que bate gelado
Nestes contos preciosos da vida
Chuva fina que cai como agrado

Entre as curvas os vales passando
Sobe e desce de estradas que cortam
Nestes vales eu passo encantada
E os sonhos pra trás vou deixando

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

SINOS


SINOS

São apenas os sinos que ouço
Enquanto caminho pela rua de baixo
Sempre os ouço pelas seis da manhã
No começo de um novo dia igual aos outros

É apenas uma igreja onde os sinos badalam
Onde todos se calam
Na tentativa de se encontrar
De encontrar

Nessas horas queria estar próximo ao mar
Mar de gelo
Mar de sal

Sentir o tom avermelhado
Do arrebol
Tocar de leve meu rosto
E colorir a areia da praia

Praia beijada pelas ondas
Abraçada pelo calor
Calor do fim da tarde sob o sol

Algum lugar onde eu pudesse apenas caminhar
Ver o vôo livre do condor
Não importando se ouço sinos
Ou onde estou

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

POESIA CENSURADA


POESIA CENSURADA

Minha poesia é censurada
Cortada
Queimada
Pelo fogo que queima a terra

Minha poesia é um abismo
No meio do vale de páginas mortas
Que querem me moldar
Que querem me calar

Minha poesia é sentido sem sentido
Um grito que ecoa no canto torto
Da ansiedade
Da vontade de escrever
Mesmo que não queiram ler

Minha poesia é minha ferida
Bendita
Ou maldita
Apenas minha ferida

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PÁSSARO AZUL


PÁSSARO AZUL

Se eu tivesse um pássaro azul
Deixaria cantando livre em volta do arco-íris
Em volta da lua cheia que ilumina a noite
Livre como nuvens soltas no céu

Se eu tivesse um pássaro azul
Não aceitaria gaiolas no meu quintal
Deixaria brincando de balanço
Com a menina do quadro a tarde inteira

Colheria flores para presentear a moça na primavera
Beijaria as gotas de orvalho
Quando estivessem nascendo das estrelas

Se eu tivesse um pássaro azul
Não seria meu, seria livre como o pensamento
Livre como as gotas de vento

terça-feira, 5 de outubro de 2010

GOTAS DO SOL


GOTAS DO SOL

Tem dias que olho as gotas do sol
Ou as gotas de chuva
E penso em você
E penso nas gotas que farão o anoitecer

Penso nas folhas que balançam ao brindar o vento
Penso nas flores do seu olhar
Olhar meigo que através das gostas eu vi
Vento feito das folhas do olhar que senti

Tem dias que sinto as flores
Que enfeitam o jardim
Que nasceu das gotas do sol

Das gotas de chuva
Do orvalho que veio na noite
Apenas para sorrir

sábado, 2 de outubro de 2010

CHUVA


CHUVA

Sempre que a chuva cai
Fica um pouco mais difícil a caminhada
Os pés afundam no barro
A sala perde o assoalho

Fica difícil até mesmo fazer sinal para o ônibus
Rua sem calçada
Tarde sem poeira
Ovo estrelado na frigideira

Olhos molhados por gotas de orvalho
Noite caindo no meio da conversa
Violão podando imagem sem aquela pressa

Canções que refrescam a alma
Palavras soltas ao acaso
Fragmentos de beijos e poesia
Esquecidos no dia a dia

Visite os blogs parceiros dos grupos de poeisa que participo

www.myspace.com/gambiarraprofana
http://po-de-poesia.blogspot.com
http://ccdonana.blogspot.com
http://gambiarraprofana.blogspot.com
http://galeriadeartesbutterfly.blogspot.com
http://umcoracaoqueama.blogspot.com
http://emaranhadorufiniano.blogspot.com
http://fabianopoe.blogspot.com
http://artemundogabriela.blogspot.com
http://minhaalmaepoesia.blogspot.com
http://chicletesalgado.blogspot.com
www.dudida.com.br
www.arnoldopimentel.recantodasletras.com.br
www.silviah.net