Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

sábado, 30 de abril de 2011

TOQUES


Todas as promessas
Feitas no parque
De amor eterno

Todas as horas que nos envolveram
Nossos beijos
Nossos toques ao luar

Quero seus carinhos
Que me sufocam
Atrás da porta

Em qualquer lugar lhe beijar
Despir seu corpo
Num amasso louco

Quero cobrir-me
Com seus desejos
Suas delícias saborear
Até a lua se deitar


sexta-feira, 29 de abril de 2011


Ontém o Gambiarra Profana e o Po-de-Poesia estiveram juntos e misturados no Encontro de Poetas Organizado pelo Poeta Iguaçuano Moduan Matus, estivemos eu, Arnoldo Pimentel, Sérgio Salles-Oigers, Jorge Medeiros, Ivone Landim e Márcio Rufino representando o Gambiarra Profana e o Po-de-Poesia, estiveram presentes também vários poetas da Baixada Fluminense. Parabéns Moduan pela iniciativa e pela organização do evento que tenho certeza se repetirá todos os meses.



 


quarta-feira, 27 de abril de 2011

CUBOS DE GELO




Acho que até esqueci a fumaça que traguei
Não espera ouvir o disco agora
Assim no meio da tarde
Tipo ir pelo mundo a fora

Ainda sobraram umas doses do whisky
É só colocar no copo
Com uns cubos de gelo
E ir ao encontro do meu flagelo

Tem horas que é melhor mesmo
Ficar ouvindo o Pink  Floyd
Do que sair pela rua

Imaginando que a vida é sua
Então ficarei por aqui
Imitando a vida

Que existe dentro de mim
E longe das serenas
Flores do jardim


domingo, 24 de abril de 2011

CALDO GELADO DE CANA CAIANA SEM AÇÚCAR


A curva do rio não estava distante
Apenas as águas claras ficaram turvas
E as árvores mais altas
Esconderam o entardecer

A canoa ficou à deriva logo na margem
Era só o tempo passar
A correnteza levar
E o dia naufragar

O relógio sempre corre contra o tempo
Enquanto o quadro se apaga
E a noite se cala

O grito e a dor ficam presos na garganta
O choro contido, escondido reclama
Do vento que não amou a cana caiana

quarta-feira, 20 de abril de 2011

CELA 4X4



Minha cela não é de apenas 4x4
É muito maior que até onde
Alcançam meus braços
Mais infinita que o próprio espaço

Que a própria solidão
Que invade a vida
Daqueles que não tem nem mesmo
Um pedaço de pão

Minha cela é menor que o 4x4
Do meu quarto
Mais sombria que meu desabafo

Que o escarro do poder
Quando tortura um corpo
Politicamente depravado

Minha cela é apenas
O meu doce querer
De ser livre
Enquanto aqui viver
E ser livre depois
Que morrer

segunda-feira, 18 de abril de 2011

AO REDOR DO LUAR (Dedicado a Márcio Rufino)


O Palavras nos Ventos encerra aqui as homenagens aos Poetas do Grupo Gambiarra Profana, o poeta de hoje é Márcio Rufino

Márcio Rufino é poeta dos Grupos Gambiarra Profana e Po-de-Poesia, Porfessor e Licenciado em História.

Nem todas as palavras do mundo traduziriam a pessoa que você é Márcio, sempre amigo, sempre dedicado, sempre pronto.

AO REDOR DO LUAR
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Márcio Rufino

Uma casa com lareira
E seleiro
Um veleiro
Um paraíso
Para descansar enquanto olha o mar
Enquanto espera a flor da poesia
Em seu coração desabrochar
E emoções espalhar
Ao redor do luar

BEIJO TENSO
Autor: Márcio Rufino

Teus olhos fechados
Contrários aos meus abertos
Meus olhos
Dois faróis acesos
A rondar a rua deserta
Durante o beijo tenso
Sob a noite eterna.

Meus olhos a proteger
Nossa clandestinidade
Era preciso defender
Nossa efêmera liberdade
De amar.

Meus ouvidos
Nosso limite
Barulho de moto
A romper nossa esfinge


domingo, 17 de abril de 2011

FUNDO (Dedicado a Rosilene Ramos)

                                         ROSILENE RAMOS

O Palavras nos Ventos está homenageando os poetas do Grupo Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu dedicado ao poeta e um do poeta homenageado, hoje a poetisa é Rosilene Ramos

Rosilene Ramos é poeta do Grupo Gambiarra Profana, parabéns Rosilene por sua dedicação a poesia e pela pessoa amiga que você é.

FUNDO
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Rosilene Ramos


Pode não ser o fim
E sim um renascer
De quem não tem porque viver

O PÃO E A FOME
Autora: Rosilene Ramos

O menino pede pão
E recebe um não...
O menino pede água
E escuta_____ Passa!
O menino chora
E lhe enxotam porta a fora
O menino vai andando desnorteado
E pá..! É atropelado
Não há mais fome...
Não há mais sede...
E alguns espectadores dizem:
___Ele partiu para um mundo
Melhor que este.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

TODAS AS PALAVRAS (Dedicado a Agnaldo Estrela)

                                         AGNALDO ESTRELA

O Palavras nos ventos está homenageando os poetas do Grupo Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu e um do poeta homenageado, hoje o parceiro é Agnaldo Estrela.

Agnaldo Estrela é poeta do Grupo Gambiarra Profana, parabéns Agnaldo por talento e por sua dedicação aos amigos e a poesia.

TODAS AS PALAVRAS
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Agnaldo Estrela

Todas as palavras
São sementes de vida
Que alcançam
Até o campo infértil
Que toca até aquele que não quer olhar
Que não  quer mais acreditar

O Guardião do Tempo
Autor: Agnaldo Estrela

Eu sou poeta do fogo que vaga sob o sol
Sou estrela cadente na luz da manhã
Um disparo certeiro em meio a escuridão
Um disparo no peito em meio ao coração
Que não sobreviverá

terça-feira, 12 de abril de 2011

RAGGAE (Dedicado a Dida Nascimento)



                                              DIDA NASCIMENTO
O Palavras nos Ventos está homenageando os poetas do Grupo Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu dedicado ao poeta e um do poeta homenageado, hoje o parceiro é Dida Nascimento.

Dida Nascimento é músico, artista plástico e poeta e também criador do Centro Cultural Donana, berço do Raggae em Belford Roxo RJ, parabéns Dida por seu talento e por tudo que faz pela arte na baixada fluminense.

RAGGAE
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Dida Nascimento

Jeito sutil
Como o mês de abril
Livre como reggae
Que o faz voar

TEMPO DE ESPERA
Autor: Dida Nascimento

A cada gota
Um som há te tocar
Sob os cristais e as estrelas
Seu sorriso me inspira
Enquanto ouço os passos
E a orquestra de Sevilha...
Que a saliva há de molhar o chão
O quanto a chuva
Abre caminho para sua vinda.


domingo, 10 de abril de 2011

SORRISO NA TELA (Dedicado a Gabriela Boechat)

                                            GABRIELA BOECHAT

O Palavras nos Ventos está homenageando os poetas do Grupo Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu dedicado ao poeta e um do poeta homenageado, hoje a poetisa e parceira é Gabriela Boechat.

Gabriela Boechat é artista plástica e poetisa do Grupo Gambiarra Profana, faz parte também do Grupo Po-de-Poesia e Fulanas de Tal. Parabéns Gabriela por seu talento, sua dedicação e sua amizade, por ser essa pessoa amiga, sempre pronta, tipo assim uma Gambiarra mesmo.

SORRISO NA TELA
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Gabriela Boechat

Borboleta que pintei
No quadro pintado
Pela esperança
Nos tempos de criança

ÁTOMO
Autora: Gabriela Boechat

Fui adiar a claridade
Levar as sombras pra passear
Encontrei outra pessoa
Na mesma rua a reclamar

Andei cansada...
De tudo um pouco
De tudo um nada...
Depressão?
Acho que não

Talvez falta de firmeza
Naõ basta fineza!
Pode ser também falta de jeito
Afinal nem tudo que você diz
É  o que é
(Perdoe mas... Você não é bom em respeito!)

Ainda tem o lance do átomo
Que colide com outra parte de si
E forma em nós um tesouro
Ou será um besouro?

Você não sabe
Passa por cima
Queima sem ler
Queima sem saber
Acredita no que vê
Nem imagina que com você
Não posso mais viver

quinta-feira, 7 de abril de 2011

IMAGENS SOLTAS (Ivone Landim)

                                              IVONE LANDIM

O Palavras nos Ventos está homenageando os poetas do Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu dedicado ao poeta e um poema do poeta homenageado, hoje a poetisa é Ivone Ladim.

Ivone Baptista Landim é poeta, professora de Literatura do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede pública de educação e ativista cultural da Baixada Fluminense. Participou do grupo poético Desmaio Públiko, edita o fanzine Entrelinhas e fundou em 2008 com Dida Nascimento, Marcio Rufino, Jorge Medeiros, entre outros poetas da Baixada Fluminense o grupo cultural Pó de Poesia que tem na performance poética sua principal linguagem, faz parte também do Gambiarra Profana.

IMAGENS SOLTAS
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado à Ivone Landim

Imagens inspiradas
Poesia iluminada
Canções e sorrisos
Pintam o quadro
De sua caminhada

DÈJA VÚ
Autora: Ivone Landim

Quando chegar o tempo
de seu mestruo
cuidarei de você com
mais carinho para que
entenda que seu sangrar
não é dor nem sofrimento...

Assim quando seu mestruo chegar
serei um homem com tamanha
sabedoria que você pensará
num dèja vú de há séculos

Vou ver em você uma enxurrada
de possibilidades de muitas vidas
No tempo de seu mestruo
Terei também tempo de ser
eterno e cíclico como você..

domingo, 3 de abril de 2011

MIRAGEM SEM IMAGEM (Dedicado a Sérgio Salles-Oigers)

                       Arnoldo Pimentel e Sérgio Salles-Oigers no niver do Sérgio

                     Sérgio Salles-Oigers na Noite Brega do Gambiarra Profana

                        Gambiarra Profana no Teatro do SESC Nova Iguaçu

O Palavras nos Ventos está homenageando os poetas do Grupo Gambiarra Profana, cada postagem que serão 16 terá um poema meu dedicado ao poeta e um do poeta homenageado, hoje o poeta e parceiro é
Sérgio Salles-Oigers

Sérgio Salles-Oigers (Compositor Hermético dadaísta de plantão)
Sérgio Salles-Oigers é poeta, contista, cronista, músico, compositor, cantor,editor audio-visual, fundador e lider do Gambarra Profana, faz parte também do grupo po-de-poesia e da Folha Cultural Pataxó.
Parabéns Sérgio por seu talento, por ser essa pessoa amiga, que agrega, junta e não divide, por ser tão amado pelos amigos, por estar sempre pronto em qualquer hora ou lugar.Beijos cara

MIRAGEM SEM IMAGEM
Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a Sérgio Salles-Oigers

É apenas uma miragem
Que não inventa imagem
Apenas sente essa prisão interior
Cárcere sem grades
Que exorciza nas palavras
Sem paisagens
Canções que se desgarram da dor

02:30
Autor: Sérgio Salles-Oigers

Eu sei que você gosta de vagar
Nua pelas ruas
Com uma xícara cravada nos joelhos
E sei também...

... Sei também que o sexo é a sua maior defesa,
Não há quem lhe diga não;
E quem lhe dirá não?
Onde você pisa concentram-se fontes de petróleo
E de leite em pó.

Teu olhar nega o que seus seios confirmam.
Os deuses sentam-se na arquibancada
Para contemplar-te
Em sua sede de carne
Na qual os pólos se unem
Soterrados em latas de refrigerante
100% diet.

Olhos de vidro, dentes de marfim.
Onde será que você se esconde?

Ainda ontem te vi disfarçada de mulher,
Hoje, disfarça-se de amor;
Só espero que amanhã
_Não me venha cobrar o imposto de renda.

              
               
A AGONIA DE VIVER SEM PODER DESFRUTAR A VIDA OU O OUTRO LADO DO DESESPERO
Autor: Sérgio Salles-Oigers


Antes que os raios risquem
E os trovões soem meu corpo
Me deixem tragar o último gole de whisky
E extasiar-me de prazer na última foda.
Banhar-me no doce sal do azul do mar.
Tocar pela última vez
Os espinhos das flores campestres.
Admirar a negritude brilhante
Da lua crescente.
Beijar as prostitutas
Sentindo pela primeira vez, o amor.
Dar o último suspiro
No que me restou de vida.