Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

domingo, 26 de setembro de 2010

SEM VOCÊ


SEM VOCÊ

Já passei a relação de poemas
Então sai para passear um pouco
Passar as horas
Sem sentir essas e outras horas

Estou um pouco triste
Sentando em um banco de madeira
No pequeno jardim
Do shopping

E nem sei como
Terminará o dia
Talvez em alguma praça do Rio
Ou no fundo de algum rio

Acho mesmo que o dia
Terminará como os outros dias
No entardecer
Sem você

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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

SERENA TRAGÉDIA DE QUEM SE AVENTUROU A MOLHAR A PONTA DOS PÉS NUMA SOPA DE CRUSTÁCEOS (Sérgio Salles-Oigers)


SERENA TRAGÉDIA DE QUEM SE AVENTUROU A MOLHAR A PONTA DOS PÉS NUMA SOPA DE CRUSTÁCEOS

Autor: Sérgio Salles Oigers
Compositor hermético dadaísta, poeta
Poesia do Livro “Os Covardes Também Cantam Canções de Amor”
Idealizador e Criador do Zine: Gambiarra Profana que tem 10 anos e 07 edições


Das lágrimas tudo se espera
E nelas deposito toda a confiança
De quem não mais confia,
A ingenuidade de quem acredita
Que a tristeza seja o pseudônimo da alegria
Fisicamente abalado pelos 30 minutos de prorrogação
E psicologicamente aprisionado pela falta de ilusão
À esmo vejo emergir do sal da lágrima
A cartada final que irá definir
O destino do que se decompõe em mim
Na presumida morte astral
Onde para o que não será vitória
Como sempre não terá festa,
Pois apenas haverá de ser uma segunda-feira
Após um dia de domingo
Em que, ao invés de, eu me pôr a chorar,
Fiquei a beijar um jiló
E a me masturbar com um limão

sábado, 18 de setembro de 2010

TENNESSE


TENNESSE

É apenas um lugar
Que ficou escondido no tempo
Em que a cadeira balançava
Na varanda
Tocada pelo vento
Protegida do sol
Protegida da chuva
Dos olhares ermos
Dos sonhos que vagavam
Perdidos
Pelas noites intranqüilas
Enquanto o outono
Não dobrava a esquina
Da manhã vazia

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

LOCOMOTIVA (José Feldman)


LOCOMOTIVA
Autor: José Feldman

A locomotiva corre
Corre que corre
Corre que corre.

Corre levando a gente
Corre trazendo a gente
E a gente corre e corre
Neste leva-e-traz.

A locomotiva corre e apita
Corre e apita
Corre e apita.

Apita o início do jogo
Apita a voz de comando
Apita a batalha da vida
Apita a vida passando.

A locomotiva corre e pára
Corre e pára
Corre e pára.

Pára na estação
Pára na carga e descarga
De meus momentos de indecisão.

Vai que vai
Vou que vou
Fico que fico.
E a locomotiva apita

E ela corre que corre
E lá vai ela
E lá vou eu!

Corre que corre,
Corre que corre,
Corre que corre...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

BEIJA-FLOR


BEIJA-FLOR
(Poesia inspirada em duas poesias "Beija-flor"

Vi um beija-flor beijando a flor
Mas não vi seus olhos
Estavam depois da ponte
Desde ontem

Vi seus olhos através da vidraça
Vidraça desenhada pela lembrança
Mas não tinha o beija-flor
Não tinha nem uma flor para lhe beijar com amor

Vi um beija-flor atravessando a ponte
Para enfeitar sua tarde
Sua tarde de sol cálido
Doce e ávido

Vi um beija-flor ávido de amor
Do seu amor
E nem mesmo o bilhete que deixei pra você
Na janela, colado à vidraça, ele levou

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ESTRELA DA MINHA NOITE

ESTRELA DA MINHA NOITE

Às vezes olho para o lado
E não vejo minha estrela
Fico sem rumo
Tudo escuro
Parece que o deserto é um grito
Infinito

Parece que tudo irá desabar
Fico sem ar
Sem poder respirar
Sem poder cantarolar

Fico sem saber o que fazer
Longe da noite que poderá me resguardar
Longe do orvalho que poderá semear
A estrela que sonhei encontrar

OCASO DE UMA VIDA (TRILOGIA DO BAR)


OCASO DE UMA VIDA

A garrafa ficou vazia
Sobre a mesa do bar
Não tem nada na vida
Não aprendeu a amar

Está sem cores
Perdeu seus pudores
Enquanto tentava ajeitar a gravata
Apenas para se enfeitar

As ruas estão cambaleando à sua frente
Esqueceu os dormentes
Que usaria para poder se deitar

Seu sol não vai nascer
Seu corpo esgotado vai estremecer
Enfim, vai cair e não mais viver

terça-feira, 7 de setembro de 2010

VULTO FERIDO (TRILOGIA DO BAR)

VULTO FERIDO
É ali que me sinto feliz
Entre um drink e outro
Nasce minha poesia
Esqueço a amargura do dia

É ali que me encontro
Que me desencontro
Que deixo garrafas partidas
Que vivo minha vida sem vida

Sou apenas um vulto no bar
Um vulto que não serve para ninguém amar
Um vulto que só sabe chorar

Sou um vento que passou na mesa do bar
Um vento que não toca nem a flor
Um vento que nasceu sem cor

Sou um vento ferido
Um vento ferido que não sabe amar
Que não sabe soprar
Na direção do mar


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ANJO CINZENTO (TRILOGIA DO BAR)


ANJO CINZENTO

Talvez a noite não seja estrelada
Não tenha um céu cinzento
Mas tenha um licor na mesa do bar
Para que aqueça um pouco o relento

Os olhos já não sabem dos anjos
Não medem pontes
Não querem se esconder da chuva
Ainda sonham com a fada escondida na fonte

Talvez o bar seja apenas outro lar
Onde possa esconder a tristeza
Até a saudade passar

Talvez a vida esteja mesmo na mesa do bar
Nos olhos que já não querem sonhar
No coração que já não pode amar


domingo, 5 de setembro de 2010

AINDA CHOVE NO MEU CORPO


AINDA CHOVE NO MEU CORPO

Ainda chove no meu corpo
Ainda sinto seus beijos
Ainda sinto seus carinhos
Ainda estou sozinho

Ainda chove no telhado
E seu aroma está no quarto
Sua pele é macia
Mas minha cama está vazia

Ainda ouço nossa canção
Você dedilhando o violão
E eu adormecendo na solidão

Ainda chove em meus desejos
Ainda sinto o frescor dos seus seios
Mas tenho apenas meus anseios

Ainda chove na minha noite
Sem você para me amar
Sem seus olhos para eu olhar

sábado, 4 de setembro de 2010

ROSA ABANDONADA



ROSA ABANDONDA

Uma rosa abandonada na solidão do mar cinzento
Com seus cabelos longos à deriva no vento
Seu olhar perdido ferido pelos espinhos
Pássaro ferido longe do ninho

Uma rosa de cabelos longos que ficou sem amor
Um mar com nuvens cinzentas
Um mar revolto
Como nenhuma pintura inventa

Pérola sem cor
Pintura inventada
Nos olhos sem asas

Um mar que está longe de amar a flor
Águas que sucumbem
Como a rosa engolida pelas nuvens

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

SELOS (para todos os amigos)




Estes selos foram presenteados pelas amigas Sarinha
blog: http://samdesnuda.blogspot.com

Vylna - blog: http://portaldememorias.blogspot.com

REGRAS
1- Visitar os dois blogs que presentearam
2- Ler e comentar a poesia (razão do blog existir)

DO SEU CORAÇÃO

Acho melhor deixar as coisas como estão
Não adianta sair procurando por ai
A doçura de um sorriso
O calor de um abrigo

Ou um paraíso

É melhor continuar no mesmo canto
Não cativar as pétalas de orvalho
Que nascem na brisa
E descobrir o que é amar

E depois chorar

Acho melhor ficar encolhido
Sentindo o frio da solidão
Para não ter que sangrar
Não sentir esperança ao olhar a vastidão

Do seu coração