Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

terça-feira, 31 de maio de 2011

SEMENTES



Todas as sementes
Foram semeadas
Antes do outono

Cobriram o vale
Com flores
Que não tinham
Jardim para embelezar

E ficaram por ali

Esperando a noite chegar

domingo, 29 de maio de 2011

UMA FLOR PRA VOCÊ



                                       UMA FLOR PRA VOCÊ

Autor: Arnoldo Pimentel
Dedicado a minha amiga Lu 
Blog da Lu    -   luanaluzepoesia.blogspot.com
Este é um presente pra você Lu,  amiga e simpática poetisa, Deus te ilumine 

Acordo pela manhã
E entre meus afazeres
Está cuidar do jardim
Que fica no lado esquerdo

Da varanda da minha casa
Ali no jardim
Está crescendo
Uma delicada flor

Todo dia ela é abraçada
Pelo sol
Toda noite beijada
Pela lua

E eu fico esperando
Ela crescer
E quando a flor
Estiver bem linda

Eu vou colher
Juntar com o carinho
Do meu coração
E com amor entregar a você

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ARAMES



                                                   ARAMES

Com alguns quadros espalhados
Dias quase sempre nublados
Tijolos assentados

Ela navega bem longe da filosofia
Pega algum violão emprestado
Às vezes sorri, às vezes chora
Às vezes tenho vontade de ir embora

De caminhar mundo a fora
Pegar carona numa música
Que me faça bem ao ouvir
Que me leve para outrora

Minha poesia é como folha solta no vento
Rasgada pelos arames farpados
Por muros que escondem o outro lado
Pelo paraíso prometido que será abandonado

quarta-feira, 18 de maio de 2011

AMOR ETERNO





As promessas de amor eterno
Vagam no silêncio
Dos caminhos separados

As miragens
Já tomaram formas
Longe do deserto

O parque fechou as portas
Ao anoitecer
Deixando lá dentro
Dois corações

Vidas separadas
Que não têm
Por quem viver

Sábado 21 de maio de 2011, estarei declamando poesias no Centro Cultural em Xerém no show do meu amigo, parceiro poético e músico Cláudio Rangel

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sábado, 14 de maio de 2011

LUAR NO LADO ESQUERDO



Apenas parei o carro
No canto da estrada deserta
Caminhei um pouco
Deitei-me de costas
Apoiando a cabeça nas mãos
Sobre a grama molhada
E fiquei olhando a lua
Quarto crescente
Com um olhar assim como o meu
Tão ausente


Gambiarra Profana, poesia sem propriedade privada, livre como a vida, leve como pedra em passeata

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Ventos na Primavera (Arnoldo Pimentel)
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Cada Passo, Um Passo (Fabiano Soares da Silva)

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domingo, 8 de maio de 2011

BARCO (Trilogia da Aldeia: Poema 03)


BARCO

Antes do amanhecer
A moça de vestido azul claro
E sandálias de dedo
Com os cabelos soltos
Ao vento
Fica na beira da ponte
Perto da praia
A sonhar
A olhar
O pequeno barco
Sumir lá longe
Sendo empurrado
Pelo sonho da terra distante
Que fica além do horizonte
Sem saber se um dia irá voltar
Para olhar seu olhar

sábado, 7 de maio de 2011

FILHO CAÍDO (Homenagem ao dia das mães) Outro lado da vida real


Aquele ali caído é seu filho
Filho que um dia embalou
Amamentou
Filho que sempre amou

Aquele ali caído um dia foi seu filho
Filho que sempre desejou vê-la morrer
Filho que um dia deixou de ser
Quando escolheu a violência como religião
Como ganha pão

Filho caído com 8 buracos no peito
Para ele
Ela era apenas a puta que o pariu
O filho que partiu

Agora ela sentiu alívio
E agradeceu a Deus
Pelo o que aconteceu
Com o filho que seu sacrifício nunca reconheceu

Que se estremeceu
Até morrer na calçada
Até não ser mais nada
Filho que só trouxe dor
E a violência levou

sexta-feira, 6 de maio de 2011

PASSEIO (Trilogia da Aldeia: Poema 02)


PASSEIO

Os sonhos estão nascendo com o sol
A estrada é de terra batida
Com buracos pra todo lado
Os tons verdes
Pintam o clima incolor
Que será exilado durante
O passeio
Sem ter conhecido o amor




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terça-feira, 3 de maio de 2011

CANTO DA SEREIA (Trilogia da Aldeia: Poema 01)

CANTO DA SEREIA

Tem noites que chegam
Durante o dia
Trazem o canto da seria
Que seduz minha aldeia
Passeando pelas ruas
Pertinho das janelas de madeira
Deixando seu perfume
Para encantar
A lua