Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

PIPAS COLORIDAS SOLTAS NO CÉU


Tenho folhas escurecidas para soltar no vento
Escurecidas pelo tempo
Que andei brincando de pular as cordas
Que escondiam o pólen das flores que queriam amar
Antes que a primavera pudesse chegar

As pipas coloridas que estão soltas no céu
São apenas enfeites que camuflam
A tristeza que está no olhar daqueles que não tem a quem amar
Que não tem um carinho durante a noite fria
Que não tem um soluço para secar

Tenho estrelas que querem sorrir na noite
Mas a claridade do sol ainda está distante
Do pólo norte onde se encontram meus sonhos
Meus sonhos não são azuis como o infinito
Sonho apenas em tentar conter meu grito

Em tentar encontrar a solidão vazia
Para onde poderei partir
Sair sem me despedir
Desaparecer com as folhas escurecidas
Que soltarei no vento
Para evaporar nas frestas do tempo


Estou sendo entrevistado no blog da Anne Lieri, se puder faça uma visita e conheça um pouco do meu trabalho, desde já lhe agradeço, link abaixo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

FRUTAS SECAS


Toda vez que olho pela janela
Só vejo nuvens escuras no céu
Casas descoloridas
Paisagem cinza

As pontes estão partidas
Sobre o leito do rio
E a relva molhada está sem vida
Na solidão do vazio

As horas descrevem palavras lentas
Enquanto as folhas são sopradas pelo vento
Partindo presas ao mesmo lugar

A noite só ira cair depois que o sol
Se esconder atrás do morro verde oliva
Onde brotam frutas secas sem pomar 

Arnoldo Pimentel

 
Estou sendo entrevistado no blog da Anne Lieri, se puder faça uma visita e conheça um pouco do meu trabalho, desde já lhe agradeço, link abaixo

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Poema de Jorge Medeiros


Jorge Medeiros é poeta dos grupos Gambiarra Profana, Pó de Poesia e Folha Cultural Pataxó

A leveza
de minha existência
se encontra
no peso de um
corpo suado
sobre o meu...

Jorge Medeiros


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

4:10 DA MANHÃ

Sei que não poderei impedir que meu mar fique seco
Que as ostras fiquem sem pérolas
Que meus olhos fiquem sem sonhos
Que eu me afogue em meu desânimo

Sei que depois da tormenta
Virá o desencanto
Não haverá mais a rosa
Não haverá um novo canto

Sei que tudo findará
A estrela que brilha no céu apagará
As lembranças ficarão
Só não sei terei mais um coração

Sei que o arpoador fica logo ali
Mas como ir passear se não poderei sorrir
Meu sorriso voará para longe
Para a terra sem sonho perto ou distante

Ficarei sem rumo
Ficarei sem um olhar
Ficarei sem meu mar
Ficarei sem vida para poder amar


Arnoldo Pimentel