Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

VIDA ENCANTADA





Agora escrevo meu sangue
Tudo que passou
Atravessou o peito
E o mutilou

Fiz a barba às pressas
Com meu corpo ainda despido
E marcado pelo tempo
Que ainda não chegou

O espelho esmagou
Minha solidão
Com a peste do cacete
Que deixei sobre a mesa do café

Os arrepios são sinais
Das imagens
Que vivem bailando
Nas ruas onde ando

A praça é meu destino
Quando preciso me exilar
Minha caverna para hibernar
Na embriaguez que me naufragou
Que minha alto-estima aniquilou

O inimigo está lá fora
Entre as sombras que
Assombram meus dias

Pronto para me abocanhar
Louco para me torturar
Quando eu sair pela porta
Para justificar a merda de vida
Embriagada que vivo a levar


Um comentário: