Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

quinta-feira, 22 de março de 2012

OUTRA MARGEM DO RIO

Não existe quase nada em volta
Não existe uma cabana para se abrigar
Para se esconder do mar
Nada que seus olhos possam tocar

Existe a desolada imagem do deserto
Vento soprando a terra árida
Tocando com seu assobio cada olhar do lince
Cada verso triste

Ao longe passa um rio que está seco
Como todos os galhos sem vida
No entardecer triste do outono
Como a vida que tem como sinônimo o abandono

Só se ouve o soprar do desalento
A dor desfigurada pelo vento
Solitário como lobo desgarrado e sedento
Como a fresta que se perdeu no tempo

Não existe quase nada na outra margem do rio

12 comentários:

  1. Olá, estou com um blog novo e gostaria de ajuda sua e de todos.

    poderia seguir o blog?
    http://drcirosantos.blogspot.com.br/
    Obrigado

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  2. Lendo este lindo poema vi nele retratado o meu alentejo que morre de sede já que a chuva teimou em não cair neste inverno em Portugal.
    "Existe a desolada imagem do deserto
    Vento soprando a terra árida
    Tocando com seu assobio cada olhar do lince
    Cada verso triste"


    Lindo, lindo, lindo!!!
    Beijo

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  3. Excelente poesia! Não sei se remete em algo ao incrível conto de Guimarães - A Terceira Margem do Rio - mas, fiz um releitura perfeita! Adorei!

    Abração,
    Rodrigo Davel

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  4. A melancolia do outono traduzida em suas palavras.

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  5. Bom dia!
    Belo poema e ao mesmo tempo triste.
    Aqui também não vejo nada do outro lado do rio.apelas um filete de água que teima em seguir seu curso.
    Grande abraço
    se cuida

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  6. Arnoldo, existia sim, uma coisa linda no outro lado do rio...Existia a poesia que você tão bem soube captar. beijos!

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  7. Arnoldo,talvez exista alguma coisa do outro lado do rio: a esperança perdida!Muito linda e tocante poesia!bjs,

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  8. Oi Arnoldo
    Os rios são perenes e nunca esvazia-se completamente ,às suas margens ficamos a desfiar nossas lembranças.
    Adoro rios! esse poema é melancólico e lindo.
    Há esperanças Arnoldo em rios secos sempre descobrimos um filãozinho a brotar.. confiemos!
    um abraço
    Parabéns , de novo .

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  9. Meu querido amigo

    Por vezes o rio está seco...a agua não corre nas margens.
    Como sempre os seus poemas falam nas entrelinhas.

    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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  10. Arnoldo,seu poema e suas metáforas me levaram a fazer várias leituras.Quem sabe na outra margem do rio,possamos encontrar a abundância de uma natureza que nos fará bem à alma.O rio seco continua em sua essência aguardando a volta das chuvas para juntamente trazer a vida ,o amor enfim tudo que nos faz viver.Apreciei muito seu poema.Os poetas nos dizem tudo, de mansinho o que nossos ouvidos necessitam ouvir.Um grande abraço!

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  11. Bom dia!
    Adorei ler e entendo
    que, sempre haverá algo
    do outro lado do rio, basta
    que tenhamos coragem e sigamos
    rumo ao desconhecido...Abraços

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  12. Bom dia!
    Adorei ler e entendo
    que, sempre haverá algo
    do outro lado do rio, basta
    que tenhamos coragem e sigamos
    rumo ao desconhecido...Abraços

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