Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

ARREDORES SEM GUEVARA PARA ACREDITAR


Não sei porque o litoral é tão aceso e minhas velas são tão apagadas
Queria partir na minha motocicleta pelas neves que entorpecem minha liberdade
E impedem que eu desbrave os interiores da minha vida
Os para-peitos de minhas pontes estão se desfazendo com tempo

Queria que meu sol andino inspirasse o canto do condor que sobrevoa minha terra
Enquanto tenta vislumbrar meus corpos escondidos na solidão desaparecida
E encerrar os dias de devoção à liberdade entre trovas do violão dilacerado
Pela angústia atingida no meio do caminho iniciado na juventude

Estamos sempre procurando os caminhos que devemos seguir
Olhando os arredores e muitas vezes não encontramos as frestas
Que nos levará ao horizonte perdido que abriga nossos sonhos
De uma vida sem desigualdade nas barracas da memória

Já se passaram os anos de acreditar na felicidade entre as neves da cordilheira
Queria ser um “Ghandi” gigante enfrentando o furacão
Queria que minhas armas fossem o meu coração
Para prosseguir minha luta pela intranqüilidade da noite escura

Minhas sombras vão implodir na claridade dos dias sem folia
Sou dia que nasceu nas montanhas geladas e sem alegria
Esperando as horas eternas que chegarão do outro lado do rio da cidade
E farão as vidas naufragarem na solidão que o abismo formou

8 comentários:

  1. Amigo há sempre um Guevara para acreditar! Pode até ser Ghandi:)!
    Parabéns pela partilha deste excelente poema.
    Abraço

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  2. Meu querido amigo

    Neste novo ano que a esperança seja a claridade dos caminhos.


    Beijinhos com carinho
    Sonhadora

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  3. Gostei muito de seu poema ,
    "Olhando os arredores e muitas vezes não encontramos as frestas
    Que nos levará ao horizonte perdido que abriga nossos sonhos
    De uma vida sem desigualdade nas barracas da memória "
    Amigo que neste novo encontres a luz no arredores e encontres o caminho para realizar seus sonhos deixados perdidos na memória...
    Feliz 2012,
    otima semana,
    beijos

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  4. Arnoldo,que poesia mais linda!Inspirada e cheia de amor a vida e aos homens!Amei!Bjs,

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  5. a estrada, os cabelos ao vento e todos os sonhos no horizonte do olhar.
    e a vida começa e recomeça em cada metro de asfalto galgado.
    easy rider.
    grande abraço, arnoldo!

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  6. Oi Arnoldo,

    Lindo o seu poema. Triste, porém intenso!

    Eu também queria que a minha arma fosse o meu coração.

    Abraços

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  7. Olá Arnoldo! Que lindoo!!!
    (...)Entre trovas de um violão dislacerado... Nossa quanta naturalidade e beleza, tem teu poema! Me identifico deveras com alguns das tuas inspirações!
    =) Vim te visitar e desejar uma ótima noite! Bj

    Aline Santos, autora do blog 'Epífises de uma Pérola.'

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  8. Dizem que é na tristeza que o poeta encontra sua melhor inspiração. Acho que se aplica aqui. Lindo demais teu poema; Bjos achocolatados

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