Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

sábado, 20 de fevereiro de 2010

CONTO SEM FADAS





CONTO SEM FADAS

As nuvens cinzentas descoloriram o arrebol
Não vi quando chegaram trazidas pelo vento
Tingindo de amargura a enseada
Amarelando o sonho que não dará em nada

Meu delírio é como pêndulo distorcido
Fico desfalecido sem luz tênue para olhar
Sem cabana para me abrigar

Estive sonhando um conto sem fadas
Perambulando na madrugada
Virei o rosto sem aurora boreal
Adormeci num vazio sem cama nem lençol

Sou uma gota de chuva miúda
Não tenho nenhuma gruta
Não consigo nem mesmo molhar
E ainda quis brincar de sonhar

Nenhum comentário:

Postar um comentário