Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

TARDE SEM SOL



TARDE SEM SOL

Foi por acaso que a vi pela primeira vez
Não tinha noção do que seria
E aos poucos foi ocupando o espaço
Foi contagiando cada pedaço que existe

Foi por acaso que olhei pra você
Sem nenhuma razão para te conhecer
Mas as flores que se abriam eram perfumadas
E aos poucos você foi cativando meu olhar

Foi sem pensar que numa tarde sem sol
Comecei a sentir sua falta
E então rebusquei meus cadernos jogados ao alento
Para ver se a encontrava em alguma página virada

Foi por acaso e com timidez que ouvi sua voz
E comecei a confundir com o canto dos pássaros
Que estavam namorando nas árvores da praça
Onde eu me sentia leve como uma pluma ao seu redor

Foi sem perceber que senti uma ponta de ciúme
Então percebi que as águas já haviam passado pelo moinho
E que já era tarde naquela tarde para esquecer seu rosto
Que ainda hoje fico olhando no retrato quando você não está

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