Vou partir sem olhar pra trás
Esquecer todo o bem que foi feito
Porque os ladrilhos quebrados
Sempre cortam mais fundo a carne crua
As lembranças boas não servem na estrada
São apenas ítens que farão a mochila pesar mais
Enquanto a sede agrava a solidão que deveria morrer logo
Para não deixar vestígios na poeira
Talvez eu não tenha mesmo direito de viver na lua
Tenho perdido água durante a noite sem desejo de viver
Meu coração já não sente o bater da aurora
Bem sei que o dia não amanhece no meu bosque
Sou filhote de lobo faminto sem presa para caçar
Sem vírgula para separar as frases sem sentido
Um grito solto no deserto escuro
Tentando ser ouvido nos muros do paraíso
Meu paraíso naufragou numa noite sem chuva
Nem meus braços puderam alcançar uma ilha
Vou padecer sem lembranças boas na mochila
As lembranças saciavam minha sede e escorreram para o chão seco
Meu corpo deixará de ser meu abrigo
Vou vagar no deserto longe do sol
Serei o ato descartado no final da peça
Palco vazio que ficou sem vida
Autor: Arnoldo Pimentel
Visite meu blog Ventos na Primavera e conheça a poesia de
Rosilne Jorge dos Ramos
Linda e profunda,com melancolia...Bela inspiração! abração,chica
ResponderExcluirQue poema lindo.
ResponderExcluirPalmas!!!
Beijos!
Descobri este teu outro espaço.... O vento te trará as palavras de esperança e a memória das boas lembranças. A mochila só pesa com o desânimo e acredita que há sempre um amanhecer, num lugar qualquer!
ResponderExcluirObrigada poeta!
beijo e um bom fim de semana.
Graça
Hunnn...eu preferia que preparasse uma nova peça onde no palco estreasse como um vencedor. Aquele que não sai de cena mas que reescreve a própria história, contudo não deixa de ser belo seu poetar...no interior que o sol volte a brilhar.
ResponderExcluirArnoldo, boa noite!
ResponderExcluirSeus versos são serenos, calmaria, mesmo sendo tristes, profundos, melancólicos.
Abraços!
Lindas palavras, lindos versos que nos leva a muitas reflexõs.
ResponderExcluirTenha um dia abençoado.Bjs
Olá, Arnoldo!
ResponderExcluirSaudade de visitar o seu blogue.
Concordo que as lembranças boas podem pesar na mochila, pois se partimos não queremos olhar para trás...
Mas outros momentos bons virão como uma brisa, um vento de primavera, que não pesará, pelo contrário, você se sentirá leve, quase chegando nas nuvens ou quem sabe no mundo da lua? (não é assim que nos sentimos quando amamos?)
Um beijo e ótimo domingo.
Chris Amag
Bonito poema, Arnoldo. Dias melhores virão. Beijos e ótimo domingo!
ResponderExcluirOlá amigo!
ResponderExcluirUm poema cheio emoção, de sentimento...como é natural numa alma de poeta.Parabéns!Um bom resto de domingo.
"Meu paraíso naufragou numa noite sem chuva
ResponderExcluirNem meus braços puderam alcançar uma ilha"
esse texto é perfeito! descreve a mim perfeitamente.
parabéns pela inspiração.
bjos