Edicões Gambiarra Profana/Folha Cultural Pataxó
sábado, 20 de fevereiro de 2010
CONTO SEM FADAS
CONTO SEM FADAS
As nuvens cinzentas descoloriram o arrebol
Não vi quando chegaram trazidas pelo vento
Tingindo de amargura a enseada
Amarelando o sonho que não dará em nada
Meu delírio é como pêndulo distorcido
Fico desfalecido sem luz tênue para olhar
Sem cabana para me abrigar
Estive sonhando um conto sem fadas
Perambulando na madrugada
Virei o rosto sem aurora boreal
Adormeci num vazio sem cama nem lençol
Sou uma gota de chuva miúda
Não tenho nenhuma gruta
Não consigo nem mesmo molhar
E ainda quis brincar de sonhar
SONETO DA DESPEDIDA NA JANELA
SONETO DA DESPEDIDA NA JANELA
Só queria te dizer que te amo
Que as noites que passei acordado
Debruçado na janela para ver você
Não foram cenas do último verão
Pensava em olhar seus cabelos através das árvores
Sentir seu rosto no perfume da brisa
Acariciar seu corpo com meu pensamento
Ter seu amor pelo menos naqueles momentos
Sempre imaginei seus passos tímidos na calçada
Como se fossem asas que acariciam o girassol na puberdade
Como se fossem estrelas iluminando nossa cidade
Sonho com você seduzindo a margem do rio
Como o colibri seduz a paisagem
Pintando em seus olhos a minha miragem
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
AMAR NOS SONHOS SEM MAR
AMAR NOS SONHOS SEM MAR
Não consigo ter você
Não tenho como lhe tocar
Preciso desamarrar as tendas
Do meu deserto
Não tenho você por perto
Vejo apenas seu retrato
No quadrado mágico
Da minha solidão
Não tenho como te amar
Minhas nuvens vão soluçar
Em direção ao mar
Para viver de sonhar
Meu sonho virou inverno
Você vai evaporar distante do meu olhar
Não terei como te amar
Não terei como parar de sonhar
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