GUARDANAPO
Este poema foi escrito em 1982 e foi meu primeiro
poema censurado em público, no meu lugar de trabalho, rasgado e atirado no
lixo, acompanhado das palavras “Que merda é essa que você está escrevendo,
cuidado como que escreve.” mas eu tinha uma cópia e eu e esse meu chefe ficamos
amigos.
Somos
todos descartáveis
Como
guardanapos atirados ao chão
Ou o
relógio de ponto
Que só
presta quando está bom
Somos
figuras carimbadas
Na hora
do serão
Sem
dinheiro pra comida, nem pra escola
Na porta
esticando a mão
Pedindo
esmola para o patrão
Patrulha
que nos patrulham
Nos
corredores escuros da fábrica
Da hora
da entrada
Até a
hora da saída sem vida
Somos
todos descartáveis
Como
guardanapos atirados ao chão
Ou
milhadas de pão
Nessa vida de cão
Hoje dias das mães meus blogs terão publicados apenas
poemas que escrevi no tempo em que ela estava entre nós, poemas antigos que
fazem parte da minha história, minha mãe Helena que nos deixou em 1995 sempre
leu meus trabalhos, desde que escrevia poemas tolos com 16 anos por ai.Saudades
dela.Links abaixo, basta passar o mouse.
E aí o pessoal descartou o seu poema....belo exemplo,não?Uma poesia muito linda,forte,com jeitão de adolescente!Adorei!Bjs,
ResponderExcluirArnoldo,
ResponderExcluira ideia do descartável e de sermos como que guardanapos..., me parece uma metáfora genial.
Beijos!
Olá minha benção... Está tudo bem contigo?
ResponderExcluirMais uma semana está diante de nós. Louvemos a Deus pela rica oportunidade que temos para continuar nossa jornada e rever nossos projetos de vida. Vamos à busca dos meios que fará de nós pessoas melhores do que fomos ontem e hoje. Meu desejo é você alcance seus objetivos e, que, eles estejam dentro de um contexto onde a direção de Deus e o bem dos que estão a sua volta seja uma constância. Junto com a paz de Cristo eu deixo também meu abraço fraterno. Deus te abençoe hoje e sempre!
Missionária Cleusa Klein
Uma ótima e linda forma de homenagear sua mãezinha.
ResponderExcluirAlém de que assim nos dá o prazer de ler poemas seus que ainda não tivemos acesso.
Fica com meu carinho viu?
Beijos floridos
Arnoldo
ResponderExcluirUma atitude típica de chefe! Claro que nem todos são como o seu, e até se tornaram amigos, não foi? Acho que ele não era tão mal assim!rsss
Ainda bem que você tinha uma cópia!
Bjs
Também não tenho mãe, mas tenho certeza que você foi um bom filho, e guarda apenas boas recordações da sua mãe, e a saudade eterna. Um abraço!
Arnoldo transforma a vida de cão em poema.
ResponderExcluirUm poema crítico, realista, com uma linguagem equilibrada e muito bem construído. Aplausos, amigo e poeta Arnoldo!
ResponderExcluirBonita demais Arnoldo e quando se tem talento nã pode ficar as escondidas.
ResponderExcluirabraços
* estou gostando muito das poesias e a homenagem nao poderia ser melhor!
Meu querido amigo
ResponderExcluirUm poema que continua actual...e não só no Brasil, também se podia aplicar a Portugal.
Um beijinho
Sonhadora
Pois eu acho que quem censurou o poema tão bom quanto esse deveria uma bronça e receber um bom castigo, viu? Demitido por incompetência poética, rs. Espero que o censurador não me processe por este cometário... Sugiro que leia o texto NÓS, PROFESSORES DO ESTADO, SOMOS TODOS BANDIDOS, do professor Vald Ribeiro, no blog lutesindicato.blogspot.com.
ResponderExcluirAbraços.
Bom dia!
ResponderExcluirQuantas vezes somos descartáveis?
Nas nossas palavras,nas nossas atitudes,no dia a dia.Enfim o que nos resta é esperar para o próximo descartável.
Grande abraço
se cuida
Poema bastante realista, Arnoldo. O patrão vestiu a carapuça,rs. Muito bom. Beijos!
ResponderExcluirO poema, é forte e em muito se enquadra na realidade do mundo.
ResponderExcluirEm relação à sua mãe, às mães, sem dúvida, têm um dom especial, sempre...
beijos amigo
cvb
Meu querido amigo, venha eu por onde vier sempre encontro o caminho do seu coração, dizem que o Mundo é pequeno, mas a nossa alma é grande, mas tão grade, que todos os poemas que a gente escreve tem sempre um quê de palavras homónimas, porque escreva a gente o que escrever, sempre batemos na mesma tecla, ela parece que já está gravada no nosso coração.
ResponderExcluirÓ não fosse o meu amigo esse escritor tão perfeito, mas vou deixar de o elogiar. Pois os elogios só servem para os políticos, os humildes de coração tem abraços e amor, que recompensa, acabei de sair da cama de me levantar e a primeira coisa foi correr a vir dar os bons dias aos meus amigos e nada melhor que uma palavra de fé seja ela de que autor for cai sempre bem.
Há algo que tudo abarca e surgiu antes que o céu e a terra fossem. Que silêncio! Que solidão! Está só e não se modifica.
Gira em torno de si mesmo sem correr risco.
É a fonte de tudo. Não lhe conheço o nome, eis porque quero chama-lo de caminho hesito em dar-lhe o nome de infinito. O infinito é o fugidio; o fugidio é desvanecedor, e desvanecer é tonar a voltar.
Lao Tsé.
Tenha também um lindo amanhecer com beijinhos de luz e muita paz...
Bom dia, querido amigo Poeta.
ResponderExcluirQue lindo!!
Você o escreveu no tempo em que a ditadura ainda não tinha acabado oficialmente.
Lindas lembranças da sua mãe querida.
Como diz Guimarães Rosa, ela ficou encantada!
Fique com Deus.
Beijos.
Mãe será sempre infinita no nosso coração.
ResponderExcluirbeijinho
OLá , bom dia Arnoldo!
ResponderExcluirLi várias poesias suas. Gostei demais, pela sabedoria contida nelas. Ao longo dos tempos, muitos poetas se serviram da poesia como instrumento de manifestação de seus pensamentos, do desagrado dos povos em relação à política ou até mesmo dialogar sobre a mesma, em épocas de censura, de repressão.
Estou seguindo o teu blog, e voltarei mais vezes.
Bom domingo!
Bjos da Lu...
BOA TARDE POR AQUI PIMENTEL!!!
ResponderExcluirGOSTEI DO SEU POEMA, SÃO AS VERDADES DA VIDA!!!
1 BEIJO ATÉ MAIS!!!
LÍDIA
Quantos seres humanos vivem assim, como se fossem descartáveis. Escrevemos o que vivemos, e o que sentimos. É tudo tão rico ´porque fica guardado no tempo em forma de palavras. Beijinhos carinhosos para ti meu amigo.
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